quinta-feira, 30 de julho de 2009

Farmacêutica alerta sobre riscos da automedicação


No Brasil, cerca de 20 mil pessoas morrem por ano vitimas da automedicação 

 

Todos os anos, cerca de 20 mil pessoas morrem no Brasil vítimas da automedicação, a maioria devido à intoxicação e reações ligadas a alergia e hipersensibilidade. Essa informação é da Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas (Abifarma), reforçada por dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox), segundo os quais os medicamentos ocupam o primeiro lugar entre os agentes causadores de intoxicações. Somente em 2002 os medicamentos provocaram 26,9% do total de intoxicações registradas no país.

 

Um estudo conjunto da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde demonstra que o mercado brasileiro dispõe de mais de 32 mil medicamentos – o motivo pelo qual o Brasil se situa em sexto lugar entre os países consumidores de medicamentos, respondendo por R$ 14,3 bilhões dos R$ 529 bilhões movimentados no mercado mundial.

 

É grande o número de pessoas que toda vez que você sente dor de cabeça, azia ou sintomas de gripe recorre à "farmacinha" mantida em casa para lançar mão daquele remédio que foi adquirido devido à propaganda da TV. "A alta freqüência de propagandas, por meio da mídia eletrônica, é muitas vezes um fator contribuinte para a automedicação de pessoas leigas no assunto", afirma a farmacêutica responsável pelo Centro de Distribuição de Medicamentos do Hospital e Maternidade MadreCor de Uberlândia, Andressa Fonseca.

 

"Isso sem contar as 'receitas' de familiares e amigos, para os mais diversos problemas: da dificuldade para emagrecer à má-digestão", completa Fonseca.

 

A maioria das pessoas acha que os medicamentos vendidos sem necessidade de receita médica

– como fitoterápicos, analgésicos, laxantes, gotas nasais e colírios – são inofensivos. Porém, está comprovado que a utilização indevida de qualquer um deles causa sérios danos à saúde. "O medicamento sem indicação médica pode não trazer o resultado esperado e causar problemas à sua saúde", alerta a farmacêutica.

 

Segundo Andressa Fonseca, usar os remédios da forma correta é importante para garantir a eficácia do tratamento e para prevenir complicações decorrentes da aplicação errada do medicamento. "Tire todas as dúvidas sobre seu tratamento com o médico e com seu farmacêutico e conheça seus medicamentos, saiba para que eles são utilizados  e como administrá-los", sugere.

 

Dicas

Cada tipo de remédio exige cuidados específicos no manuseio e manutenção. Antes de tomar um medicamento sempre verifique: nome, dosagem, equivalência e a validade. "É importante manter o medicamento em sua embalagem original, pois além de protegê-lo ela traz toda identificação do produto", diz Andressa Fonseca.

 

Cuidados com a higiene e conservação também são dicas importantes. "Lave sempre as mãos antes do manuseio e guarde seu medicamento em locais limpos e secos, longe da luz e altas temperaturas. Mantenha os medicamentos fora do alcance das crianças, que podem confundi-los com balas, sucos e doces", alerta Fonseca.

 

Combate à automedicação

 

No Brasil, o Ministério da Saúde lançou, em 2005, o Programa Dose Certa para combater a automedicação. Trata-se do fracionamento, ou seja, o paciente leva para casa apenas a quantidade necessária de remédio para seu tratamento.

 

Segundo a Anvisa, a venda fracionada reduz os riscos de intoxicação. "Com a sobra de medicamentos, muitas pessoas acabam intoxicadas pela ingestão de um produto vencido ou inadequado. Portanto, sempre que terminar de utilizar um medicamento, descarte a sobra num lugar seguro, longe de crianças e animais domésticos. É preciso muito cuidado, pois 'a dose correta é que diferencia um veneno de um remédio'", finaliza Andressa Fonseca.

 

Érica Magalhães

MF Comunicação



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