Aproveitando a oportunidade da vinda do GP Caixa Sesi de Atletismo, que acontece hoje, 20, na Vila Olímpica do Sesi, e que contará com atletas de renome nacional e internacional, o recordista de salto triplo, Nelson Prudêncio e o corredor Vanderlei Cordeiro de Lima estão em Uberlândia e foram consagrados esse ano como os heróis do atletismo do programa "Caixa – Heróis do Atletismo". O projeto visa difundir o esporte e incentivar a nova geração de jovens a atuarem no atletismo.
Para isso, nesta quarta-feira, os atletas visitarão escolas da cidade para conversar com alunos e professores sobre a atuação no esporte e a importância do mesmo em suas vidas. Às 8h30 da manhã visitarão a unidade de Educação Física da Universidade Federal de Uberlândia. Às 10h30, o corredor Vanderlei tem um encontro com os alunos do colégio COC da Rondon Pacheco, próximo ao Praia Clube. Enquanto isso, o Nelson Prudêncio visitará os alunos do SESI Roosevelt, ligado à Fiemg Regional Vale do Paranaíba. Às 16h30 os dois atletas têm encontro marcado na Vila olímpica do SESI, onde conversarão com treinadores do atletismo do SESI. Às 17h30 começam as competições do Grande Prêmio Caixa Sesi de Atletismo.
Conheça mais sobre os Heróis do Atletismo
Nelson Prudêncio
Em 1964, aos 20 anos, Nelson Prudêncio, paulista de Lins, entrou pela primeira vez em uma pista de atletismo. Em pouco tempo, transformou-se no principal atleta brasileiro da década. Em 1968, bateu o recorde mundial do salto triplo, com 17,27m, e ganhou a medalha de prata nos Jogos Olímpicos do México. Quatro anos depois, ganhou a sua segunda medalha olímpica: bronze, nos Jogos de Munique. Em 1987, foi eleito um dos dez melhores triplistas do Jubileu de Diamante da IAAF (Associação Internacional das Federações de Atletismo). Atualmente, é o presidente da Comissão de Atletas da CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo).
Vanderlei Cordeiro de Lima
O destino reservou surpresas para Vanderlei Cordeiro de Lima. Em 1994, aos 25 anos, por exemplo, fez sua estréia na maratona e provocou um fato inusitado: entrou para correr apenas metade da prova, na cidade francesa de Reims, mas, "sentia-se tão bem", que resolveu continuar. Resultado: venceu a corrida.
Uma década depois, foi o principal protagonista dos Jogos de Atenas, em 2004. E não foi por pouca coisa. Liderava a prova, com ampla vantagem, quando, na altura do km 37, foi derrubado por um manifestante irlandês. Apesar dos prejuízos físicos e emocionais, voltou à prova e ainda conquistou a medalha de bronze para o Brasil. Por sua atitude, tornou-se o terceiro nome da história a receber a Medalha Pierre de Coubertin, do Comitê Olímpico Internacional.
Na volta ao Brasil, mereceu recepção de herói. Dividiu o palanque com o presidente Lula, após abrir o desfile da Independência, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, em 7 de setembro. Da Confederação Brasileira de Atletismo e dos patrocinadores recebeu os prêmios destinados aos campeões. Foi homenageado em vários países.
O livro "A maratona de uma vida", escrito por Renata Adrião D'Angelo, retrata a saga do corredor nascido em Cruzeiro D'Oeste, no Paraná, em 11 de agosto de 1969. Disputou o PAN de 2007, no Rio de Janeiro, e no ano passado, aos 38 anos, deixou oficialmente as competições. Na festa dos 90 anos da Confederação Sul-Americana de Atletismo, em Manaus, ganhou a comenda "Gran Atleta".
Assim, o fundista, que começou no esporte no fim dos anos 80, levou sua carreira a alturas inimagináveis, para ao filho de uma família de lavradores do interior paranaense. O primeiro resultado importante aconteceu já em 1988, quando foi o 8º nos 10.000 m, no Mundial Juvenil de Sudbury, no Canadá.
Atleta versátil, conseguiu bons resultados em provas de pista e de rua. Em sua especialidade, a maratona, seu recorde pessoal é 2:08:31, obtida em 1998, em Tóquio. Também é seu o melhor resultado na distância alcançado em território nacional: 2:11:19, em 1992, em São Paulo.
Treinado por Ricardo D' Angelo desde 1994, conquistou o bicampeonato pan-americano da maratona, em Winnipeg (1999) e Santo Domingo (2003). Ganhou prata no Mundial de Ekiden, em Copenhague (1996), e bronze na Copa do Mundo de Maratona, em Atenas (1997).
Agora, aos 39 anos, casado e com duas filhas, promete continuar no atletismo, desenvolvendo trabalhos no Instituto que leva seu nome e que tem sede em Campinas. Integra a Comissão de Atletas da CBAt, eleito pela Assembléia Geral, e o Programa Heróis Olímpicos, mantido pela Confederação, com patrocínio da Caixa Econômica Federal.
Luize Hess | Serifa