terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Uberlândia é o único município do país a conseguir a adesão ao SISBI/POA

Foto: Daniel Nunes


             Uberlândia é a primeira cidade de Minas Gerais a conseguir adesão ao sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI/POA). "No Brasil, 24 municípios fizeram o pedido para aderir. Somos a única cidade brasileira a conseguir a adesão ao sistema, que vai beneficiar tanto empresários, quanto consumidores", explicou o prefeito Odelmo Leão.

 

            O SISBI/POA integra o Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (SUASA), que padroniza os procedimentos de inspeção e fiscalização dos produtos de origem animal em todo o país. Além da carne, outros produtos como ovos, leite, mel e pescado também são inspecionados. "O registro de produto de origem animal pode ser feito em três esferas, conforme o mercado consumidor que o empresário quer atingir: no município, estado ou Governo Federal. Desta forma, os produtores que possuíam registro apenas em Uberlândia, não podiam fornecer seus produtos aos municípios vizinhos. Com o SISBI/POA o registro vale em todo o território nacional", esclareceu Odelmo Leão.

 

            Com a expansão do mercado consumidor, as agroindústrias poderão aumentar seus faturamentos. "Com isso, elas precisarão de mais funcionários para atender a demanda do mercado interno. Mais um ganho para a população de Uberlândia", ressaltou o prefeito.

 

            Para conseguir a certificação, os municípios e estados interessados devem ter infraestrutura administrativa e operacional e precisam pedir a equivalência dos seus serviços de inspeção. "Tivemos que comprovar que temos condições de executar a inspeção e avaliar a qualidade e a sanidade dos produtos de origem animal com a mesma eficiência do ministério", disse o secretário de Agropecuária e Abastecimento, Leonídio Bouças.

 

            Em Uberlândia, das dezenove empresas registradas no Serviço de Inspeção Municipal (SIM), duas já estão aptas a integrarem o SISBI/POA. "A partir de agora, um frigorífico da cidade e uma fábrica de pururuca já podem comercializar seus produtos em todo o território nacional", avaliou Leonídio Bouças.

 

Lucy Yumi Yamauchi e João Eduardo Franco dos Santos, sócios-proprietários da Pururuca Mineira estão animados com as mudanças e esperam aumentar consideravelmente o faturamento da empresa. "Estamos no mercado uberlandense desde 2006. Sempre pensamos em expandir nossa área de atuação e, por isso, decidimos fazer uma ampla pesquisa. Acabamos descobrindo que o SISBI poderia nos dar esta abrangência que tanto queríamos", relatou João Eduardo.

 

De acordo com o empresário, os primeiros carregamentos intermunicipais acontecerão durante esta semana. "Só estamos esperando a impressão das novas embalagens, dotadas do selo, para começar a vender nosso produto para cidades de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, São Paulo e até para o Distrito Federal. Estudamos o perfil do consumidor de modo criterioso e graças à forte demanda, realizamos altos investimentos. Atualmente, nossa produção gira em torno de meia tonelada/dia e com o novo selo, esperamos dobrar estes números, nosso quadro de funcionários e nossa capacidade", expôs.

 

Lucy Yumi disse que estas mudanças são fruto da abertura que o SISBI/POA trará ao mercado regional. "Desde o início, sempre agimos em conformidade com as especificações do SIM. Mas por se tratar de um serviço que fornece uma certificação local, ficávamos presos à comercialização municipal. Com a introdução deste sistema descentralizado do Ministério da Agricultura, poderemos aumentar nosso leque de atuação e expandir nosso negócio. Creio que o SISBI/POA é compatível ao Serviço de Inspeção Federal (SIF) e vai trazer grandes avanços para o empresariado uberlandense", destacou.

 

Para receber o novo certificado, os sócios fizeram investimentos em infraestrutura e readequações, além de contratar a veterinária Fabiana Gomes Pierini para prestar consultoria especializada. "Acredito que o SISBI/POA será mais um instrumento de conscientização para os consumidores. Quando a população percebe a importância que este certificado tem, para de comprar alimentos clandestinos e passa a valorizar as companhias idôneas. Isso exige a profissionalização das empresas e faz com que os clientes exijam mercadorias de qualidade. Além de tudo, com a possibilidade da venda em âmbito nacional, Uberlândia mostrará sua mineiridade e os predicados que seus empreendimentos possuem. Será uma vitrine sensacional", revelou Fabiana Gomes.

 

Rafael Guimarães

05/01/2010

 

 


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