sábado, 30 de janeiro de 2010

Teste do Olhinho é rápido e pode evitar cegueira

Exame em recém-nascidos pode prevenir diversas doenças graves

 

Nesta semana, cerca de doze bebês passaram mal em um hospital de Vitória, no Espírito Santo, após realizarem o Teste do Reflexo Vermelho, mais conhecido como "Teste do Olhinho". A suspeita é de que os bebês tenham apresentado uma reação ao colírio utilizado para a dilatação da pupila, o que será investigado pela Secretaria de Saúde do Estado.


Em Minas Gerais, o "Teste do Olhinho" é obrigatório desde 2007. O exame é importante em recém-nascidos, pois pode detectar doenças como retinoblastoma (um agressivo e raro câncer ocular infantil), a catarata congênita, o glaucoma congênito, infecção do olho e alterações de retina. De acordo com a oftalmologista do HCO – Centro Completo de Oftalmologia, Raquel Paiva, o teste é bastante rápido e simples e pode representar a preservação da visão de crianças. "No caso de retinoblastoma, por exemplo, elas só teriam o problema diagnosticado em uma fase mais avançada da doença, quando as medidas terapêuticas não teriam mais eficácia. Se algum problema é detectado em um recém-nascido, a criança é encaminhada a um oftalmologista para iniciar o tratamento precocemente", explica.


A oftalmologista afirma que o teste não causa dor à criança e não necessita do uso de colírio, devendo ser realizado no berçário pelo próprio pediatra. "Uma fonte de luz sai da lanterna, onde é observado o reflexo que vem das pupilas. Quando a retina é atingida por essa luz, os olhos saudáveis refletem tons de vermelho. Já quando há alguma alteração, não é possível observar o reflexo ou sua qualidade é ruim, esbranquiçada. A comparação dos reflexos dos dois olhos também fornece informações importantes, como diferenças de grau entre olhos ou o estrabismo", ressalta. Segundo Raquel, em bebês prematuros, o teste se torna ainda mais importante, pois, de acordo com pesquisas, 30% dos bebês que nascem com menos de 40 semanas ainda não têm os vasos sanguíneos da retina formados, o que pode trazer complicações, como o desenvolvimento da retinopatia da prematuridade – principal causa da cegueira infantil na América Latina.

 

Depois do teste do olhinho

Após o exame, se houver uma suspeita de alguma destas doenças, a criança deve ser encaminhada a um oftalmologista para uma consulta, em que pode ser necessária a realização de um exame chamado mapeamento de retina, no qual utiliza-se o colírio para dilatação da pupila. A médica ressalta que, mesmo que o teste do olhinho seja normal, os pais devem ser orientados a procurar um oftalmologista logo nos primeiros dois meses para uma consulta, na qual serão investigados algum tipo de má formação nos olhos ou pálpebras, obstruções nas vias lacrimais, infecções congênitas ou adquiridas durante o parto, glaucoma congênito, doenças na córnea, entre outras. "Neste momento, os pais serão orientados sobre cuidados com os olhos do bebê e sobre como se dá o seu desenvolvimento, e lembrados da importância da realização de outros exames aos seis meses de idade e ao final de cada ano, até que haja o desenvolvimento total da visão, por volta dos oito anos de idade", explica.


 A oftalmologista ressalta ainda que 60% das causas de cegueira ou de grave seqüela visual infantil podem ser prevenidas ou tratáveis se forem diagnosticadas precocemente, antes de se agravarem. "Daí a importância do teste do olhinho. No entanto, mais da metade dos casos só têm o problema descoberto quando as crianças estão cegas ou quase cegas para o resto da vida", diz. 

Juliana Pronunciati / Serifa Comunicação

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