Falta de qualificação é o maior gargalo das empresas
O Brasil é o terceiro país com maior escassez de talentos humanos no mundo. Esse foi o resultado de uma pesquisa realizada recentemente pela ManpowerGroup, com 40 mil empregados de 39 países. O motivo? Falta de qualificação de mão de obra. Só nos Estados Unidos, 52% das pessoas estão desqualificadas, em seguida vem à Argentina, com 51%, depois o Brasil, com 57%, o Japão, com 80% e a Índia com 67%.
"Já houve um tempo em que vagas de emprego eram escassas. Havia muito mais mão de obra. Hoje, no comércio, indústria ou serviços não faltam vagas", ressalta a consultora em talentos humanos, em Uberlândia, Vianei Altafin. Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), Uberlândia oferece mensalmente cerca de mil novos postos de trabalho e nem todas são preenchidas.
Altafin afirma que o desafio das empresas de RH é encontrar talentos humanos que atendam as exigências das empresas. "Temos vagas em diversas áreas, mas falta gente qualificada para ocupá-las. Procuramos talentos humanos preparados, que buscam aperfeiçoamento constantemente. Muitas pessoas querem trabalhar, porém não estão preparadas. Por esses motivos precisamos valorizar o capital humano apto", aconselha Vianei.
Altafin acredita que esse cenário tende a piorar com a aproximação da Copa de 2014, porque segundo ela, os que estão no mercado devem permanecer na empresa onde estão ou optar por novas oportunidades, devido às propostas tentadoras que podem surgir.
A dificuldade para contratar também é sentida no setor da panificação, construção civil, corte e costura e gráfica. Para o presidente da Fiemg Regional Vale do Paranaíba, Pedro Lacerda, o jovem do sertão mineiro era ensinado pelos pais a fazer o pão, a ser mestre na construção civil, ajudar na costura. Com o advento de novas profissões e as oportunidades de estudo, algumas áreas foram afetadas. "O jovem prefere ganhar menos e ficar detrás de um computador do que ganhar mais numa obra de construção civil. Por causa dessa tendência, esse profissional escasso tem sido cada dia mais valorizado, mesmo assim é difícil formar pessoas e atraí-las a esse setor", ressalta Lacerda.
Lacerda disse ainda que para amenizar o impacto desse comportamento, a intenção da Fiemg é que algumas profissões sejam mais valorizadas a começar pelo nome. "O pedreiro deverá ser chamado de técnico de obras ou mestre de obras, por exemplo. É preciso resgatar o valor do trabalho manual e remunerar a contento para reter talentos".
A saída, segundo Vianei, é resgatar os com mais de 50 e querem trabalhar, contratar e qualificar os que não estão preparados a fim de alcançar os objetivos estabelecidos pela empresa e segurar a qualquer custo os que estão no mercado de trabalho.
via Alitéia Milagre | Serifa
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