Representantes de entidades vão ao Congresso em protesto à redução da jornada de trabalho
Em protesto à Emenda Constitucional PEC 231/95, que reduz a jornada de trabalho de 44 horas para 40 horas semanais, presidentes de entidades de classe de todo o Brasil participarão da votação da proposta no Congresso. De Uberlândia, viajam no dia 24 de agosto, para Brasília uma comitiva com o presidente da Fiemg Regional Vale do Paranaíba, Pedro Lacerda, juntamente com os presidentes dos Sindicatos Patronais da Indústria, o presidente do Conselho Regional de Relações Trabalhistas da Fiemg, Cícero Penha, o presidente da Unedi, Lázaro dos Reis Magalhães, o presidente da CDL Uberlândia, Celso Vilela, e empresários da cidade.
A votação na Câmara dos Deputados será realizada no dia 25 de agosto. A proposta de autoria dos ex-deputados e hoje senadores Inácio Arruda (PCdob/CE) e Paulo Paim (PT/RS) foi aprovada no fim de junho pela comissão especial da Câmara, em uninanimidade na comissão especial e agora será votada em dois turnos no plenário da Câmara.
De acordo com o presidente da Fiemg Regional Vale do Paranaíba, Pedro Lacerda, números confirmam que o setor industrial foi o mais afetado pela crise, iniciada em setembro de 2008 nos Estados Unidos. "Até abril, a produção industrial acumulava uma queda de quase 15% no ano, número superior ao dos demais setores econômicos infelizmente. A falta de crédito, nacional e externo, e a retração das exportações estão entre as maiores dificuldades do setor industrial.
A situação ainda é agravada porque enfrentamos problemas estruturais como o elevado custo do crédito bancário; a carga de tributos elevada sobre folha de pagamento, bens de capital e insumos, aliada à demora no aproveitamento de créditos tributários; e a falta de uma instituição para o financiamento geral do comércio externo. Tudo isso nos deixa em situação cada vez mais difícil para sustentar os negócios. Se o Brasil vai sair mais forte desta crise como dizem ainda não sabemos.
Agora, para piorar a situação, ainda podemos ter que reduzir a jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais. Creio que é ingenuidade pensar que esta redução gerará mais empregos. Pelo contrário, isto vai é aumentar os custos de produção e diminuir nossa competitividade perante os países do BRIC, podendo inclusive gerar demissões. Atualmente, vivemos em função de redução de custos e precisamos sim de regras trabalhistas mais modernas e flexíveis como os países de primeiro mundo, que torcemos para nos tornar e também não podemos exportar empregos para a China ou Índia", avalia.
Para o presidente da CDL Uberlândia, Celso Vilela Guimarães, essa decisão é equivocada. "O movimento lojista vem lutando para fortalecer a empregabilidade, pois todo crescimento necessita de um esforço mútuo de empregado e empregador. Empregos dependem justamente de investimento e de uma boa educação e não somente de leis", diz o presidente.
A saída da comitiva foi hoje, 24, às 17h, da sede da Fiemg Regional Vale do Paranaíba. Os empresários estarão no Congresso em Brasília, às 7h, na terça-feira, 25.
Larissa Olivera / Serifa
farolcomunitario | rede web de informação e cultura
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado pela visita. Todo comentário é moderado.
Palavrões,ofensas e assemelhados não são aceitos, assim como textos fora do contexto do post e/ou com link para outro site.