quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Livros sobre temática racial são entregues para Biblioteca Itinerante


OAB e PMU se unem para difundir conhecimento sobre história, cultura e temas afrobrasileiros


A 13ª Subseção da OAB/MG Uberlândia, pela comissão Igualdade Racial em parceria com a Prefeitura Municipal de Uberlândia (PMU) lançaram na tarde desta terça-feira (13/12), na Sede da Ordem, o acervo formado por livros com a temática racial que passam a fazer parte do ônibus Biblioteca Itinerante.  A iniciativa visa oferecer material didático de pesquisa para educadores e população em geral.

A comissão da Igualdade Racial busca a aplicabilidade da Lei n° 10.639, em que se torna obrigatório o estudo da história da África nos ensinos fundamental e médio, de escolas públicas e particulares em todo o país. De fato, esta não é a realidade de Uberlândia, por isso o ônibus será uma base de pesquisa para educadores buscarem informação e difundirem conhecimento para os alunos. A Comissão acredita que pela educação é possível combater a desigualdade racial e todas as dificuldades sociais que são atribuídas à população afrodescendente.

O presidente da OAB Uberlândia, Egmar Sousa Ferraz, reforçou que a história é marcada por lutas pela igualdade entre as raças. “A Subseção foi a primeira do país a criar a comissão da Igualdade Racial e tivemos uma representante na Conferência Nacional, dra. Vera Lúcia, o que nos honra e nos remete à necessidade de ousar e fazer ainda mais”, disse o presidente da Subseção, dr. Egmar Ferraz.

A presidente da comissão, Vera Lúcia Kátia Sabino Gomes, discursou pedindo que a temática racial não seja somente tema de debate, mas de estudo. “A comissão ratifica sua filosofia que a história da África deve ser difundida. A biblioteca é a prova que podemos provocar mudanças e contribuir para uma realidade melhor. Exigimos a aplicabilidade da Lei 10639, e a Ordem irá fazer tudo para que isso aconteça”, disse a presidente da comissão, dra. Vera Lúcia Gomes. 

Também participou do lançamento a secretária municipal de cultura, Mônica Debs. “Sempre fazemos trabalhos nas escolas, mas sentimos falta de material didático relacionado ao tema. Conseguiremos atender 20 bairros. A OAB doou 111 livros e estamos abertos a doações”, disse a secretária de cultura.

O Promotor de Justiça, dr. Jadir Cerqueira Souza  foi o pioneiro no Brasil a mover uma ação civil pública contra o Estado e o município para aplicação da lei, e  ministrou palestra no evento sobre o teor da Lei n° 10639/03. Dentre os tópicos estava o direito à educação, conhecimento da lei e a real aplicação da lei. “Temos déficit do ensino afro, sabemos mais de Dom Pedro que de nossas raízes africanas. Deve ficar claro que não estamos defendendo a criação de mais uma matéria nas escolas, mas sim o conteúdo. O sistema do direito é excludente para punir e para proteger é elitista. Acredito que pelo conhecimento podemos ter uma realidade bem melhor para todos em 2012”, disse Jadir Cerqueira.

Além da palestra foi realizada uma apresentação teatral por Antônio Júnior, com a peça“O poeta em Nova York” inspirado na obra ‘O poeta em Nova York’ do poeta espanhol Federico Garcia Lorca.  Houve a participação da Orquestra Jovem de Uberlândia que tocou belas músicas para os presentes.  

Compuseram a mesa: a diretoria da OAB Uberlândia: Egmar Sousa Ferraz, Magna Carrijo; presidente da comissão Igualdade Racial, Vera Lúcia Kátia Sabino Gomes; presidente da comissão OAB Mulher, Selma Ap. Santos; secretária municipal de cultura, Mônica Debs; promotor de justiça, Jadir Cerqueira de Souza; fundadora do 1° movimento negro organizado de Uberlândia, Conceição Leal; diretor da DIAFRO, Carlos Silva de Sousa; coordenador do NEAB/UFU, João Gabriel do Nascimento; representante da Superintendência Regional de Ensino, Aparecida Giroldo; representante da Secretaria Municipal de Educação, Cristiane Angélica Ribeiro e os vereadores de Uberlândia, Hélio Ferraz e Adriano Zago.

via Kerley Pita | OAB / Uberlândia