terça-feira, 4 de agosto de 2009

Viola Instrumental - show gratuito em Uberlândia nesta sexta


Circuito Syngenta de Viola Instrumental chega a Uberlândia

Evento gratuito reúne na sexta-feira, dia 07 de agosto, às 20 horas, Levi Ramiro, Fabrício Conde e Zeca Collares no palco do Teatro Rondon Pacheco;

Ingressos estarão disponíveis para o público na bilheteria a partir das 19 horas

De uma porunga grande saem duas violas, muitas notas e sons que trilham causos, remetem às folias, ao cheiro de mato e de chão batido, ao homem do campo e à essência da cultura popular brasileira. Mestre na arte do "fazer", do "tocar" e do "contar", o artesão e violeiro Levi Ramiro sobe ao palco do Teatro Rondon Pacheco como anfitrião, dando continuidade ao Circuito Syngenta de Viola Instrumental. Com ele, dois convidados ilustres e também mestres da viola: Fabrício Conde e Zeca Collares. Entre uma moda e outra, algumas histórias de grandes sertões e veredas. O show acontece na sexta-feira, dia 07 de agosto, a partir das 20 horas e é gratuito. Os 340 ingressos estarão disponíveis ao público na bilheteria do teatro, uma hora antes do show.

Uberlândia é a quarta cidade a receber o Circuito Syngenta de Viola Instrumental, que já passou por Vitória (ES), Paulínia (SP) e São Paulo (SP) e ainda vai percorrer mais oito municípios, entre agosto e novembro de 2009, sempre reunindo grandes nomes do gênero, a convite de Levi Ramiro. Para esta quarta edição, o artesão e violeiro promete alguns clássicos como Tristeza do Jeca (Angelino de Oliveira) e Malandrinho (Tião Carreiro), além de suas próprias composições: Barroquinha, Sete Cores e Vaquejada.

O que o público de Uberlândia pode esperar? "Um show de música instrumental mais descontraído, menos formal, uma verdadeira prosa de viola", diz Levi Ramiro. O formato mescla música e prosa, com Ramiro como anfitrião, fazendo a "ponte" entre os violeiros e a platéia, através de "causos" e histórias pitorescas envolvendo a música regionalista de raiz. "Falaremos sobre a história de algumas músicas e a ligação do artista com sua terra", complementa o violeiro.

Dentro deste contexto, a cultura do estado de Minas Gerais ganhará traduções a partir do som das violas de Fabrício Conde, que nasceu em Juiz de Fora e de Zeca Collares, mineiro do Vale do Jequitinhonha. "A música reflete a ligação com nossa casa, nosso quintal e se apresentar em Minas é muito especial, pois há uma intimidade muito maior", revela Collares. Levi Ramiro fará a abertura e na seqüência, chamará Conde para "estabelecer o diálogo". Ele deve apresentar algumas de suas composições como Quintais de Junho, O da Vida e São Francisco.

Zeca Collares sobe ao palco, acrescentando ao repertório, músicas de seu CD Pés Descalços, que retrata o ser humano, seus anjos e fantasmas, alegrias e tristezas, sem preconceitos ou rótulos. O músico mostra, através do som da viola caipira, as infâncias dos muitos "Zecas" vividas em sua terra natal, os vínculos com a natureza, o sagrado e o medo do profano dentro do universo popular, sem deixar de lado o lúdico oriundo dos "causos", das simpatias e das piadas ingênuas, mas sábias do viver caboclo. O espetáculo será finalizado em grande estilo, com os três violeiros no palco.

O projeto é uma iniciativa da Syngenta e recebe apoio do Ministério da Cultura, através da Lei Rouanet. Serão ao todo, 20 shows gratuitos até 2010. A proposta é valorizar a música regionalista e a cultura da viola instrumental, difundindo suas vertentes e dando ao público a oportunidade de assistir a espetáculos que remetem à sua própria identidade. "Nosso objetivo é contribuir para a valorização da viola caipira, do artista compositor e do instrumentista, buscando também prestigiar nosso principal parceiro, que é o homem do campo", explica o gerente de relações institucionais da Syngenta, Guilherme Landgraf Neto.

Viola: porta voz do homem do campo

De origem ibérica, a viola foi introduzida no país pelos jesuítas e imigrantes portugueses. Estes últimos trouxeram danças, cantos camponeses, as folias de reis e outras manifestações, que foram incorporados à nossa cultura e "naturalizados", assim como o instrumento, que sofreu evoluções. O pesquisador Alceu Maynard de Araújo, estudioso da cultura popular brasileira e da viola, reproduziu em seus registros, histórias contadas por seu avô, tropeiro entre 1870 e 1918: "ele nunca vira seus peões e camaradas viajarem sem sua viola, quase sempre conduzida dentro de um saco, amarrada à garupa de seu animal vaqueano. Não havia pouso que após o trabalho azafamado do dia, não tocassem antes de dormir o sono reparador." Do Pantanal ao Rio Grande do Sul, de Minas, São Paulo até as terras capixabas, a viola, mais do que proporcionar momentos de lazer e descontração depois de um árduo dia de trabalho, se transformou em uma forma de expressão. Identifica e reproduz a vida do homem do campo.

A viola ganhou a cidade, seus auditórios e rádios a partir de 1910, numa iniciativa do folclorista Cornélio Pires, que promoveu um programa de violas em Tietê e posteriormente organizou um festival em São Paulo. Quase um século depois, a Syngenta reúne um time de exímios violeiros – além de Levi Ramiro, Fabrício Conde e Ivan Vilela estão: Renato Teixeira, Paulo Freire e os vencedores do 1º e 2º Prêmios Syngenta de Viola Instrumental, Sidnei de Oliveira e Chico Moreira – para percorrer cidades, promovendo a cultura da viola. "O circuito Syngenta, realizado em nível nacional, oferece aos músicos a oportunidade de divulgar seus trabalhos e também permite ao público acompanhar de perto este movimento da nossa música tão carente de espaços e que além de despertar a nostalgia da vida do campo mostra uma grande variedade de estilos, muita sensibilidade, ousadia, poesia, enfim, os antigos e novos caminhos da viola", diz o violeiro Levi Ramiro.

Caminhos novos e promissores. A viola vive um momento de valorização. A Escola de Comunicações e Artes da USP passou a oferecer em 2009, no campus em São Paulo, bacharelado em viola caipira, sendo uma das variações do curso de graduação em Música. É o único do mundo. A coordenação está a cargo do pesquisador, professor e violeiro, Ivan Vilela, que faz parte do time de atrações do Circuito Syngenta de Viola Instrumental ao longo do ano.

Serviço:

Circuito Syngenta de Viola Instrumental:
Show com Levi Ramiro, Fabrício Conde e Zeca Collares
Data: 07 de agosto, sexta-feira.
Local: Teatro Rondon Pacheco Rua Santos Dumont, 517 – Centro de Uberlândia
Fone: (34) 3235-9182

Horário: 20 horas. Distribuição gratuita e individual de ingressos até a capacidade máxima da casa, de 340 lugares. A bilheteria será aberta uma hora antes do show (19 horas), com retirada de ingressos por ordem de chegada.

Outras informações podem ser obtidas no endereço: http://www.circuitosyngentadeviola.com.br

Sobre Levi Ramiro

Natural de Uru (SP), hoje residente em Pirajuí, o violeiro e artesão tem sua trajetória marcada inicialmente pelo violão que o acompanhou nas primeiras composições e nos primeiros festivais. A partir de 1995, adotou a viola como principal instrumento, absorvendo seu universo cultural que veio de encontro com suas raízes, motivo pelo qual ampliou sua produção musical, tanto na arte de tocar como na de fabricar o instrumento. Com base nos valores da cultura caipira e misturando elementos que formam nossa Música Brasileira, Levi Ramiro celebra em suas composições, a poesia e a simplicidade da vida interiorana. Vem apresentando-se desde 1997, em vários espaços culturais, divulgando também seu trabalho como artesão. Trabalhou como músico instrumentista na gravação de CDs: "Eu plural" (Tribo terra), "Vida de vaqueiro" (Geraldo do Norte), "Razão da raça rústica" (Matuto moderno), "Folias do Brasil" (Dércio Marques), entre outros. Ministrou várias oficinas de fabricação e toque de viola pelo Brasil. Em 2004, participou do primeiro grande Festival de Música Instrumental para Viola, promovido pela Syngenta e a Direção Cultura, ficando entre os 16 finalistas. Para mais informações: http://www.leviramiro.hpg.ig.com.br/

Sobre Fabrício Conde

Natural de Juiz de Fora, o violeiro e escritor Fabrício Conde começou a estudar música tendo como seu primeiro instrumento o piano. Em Boa Vista, no sítio da avó, lugar onde passou grande parte de sua infância, Conde aprendeu a admirar e respeitar o ambiente rural, repleto de rezas, simpatias, festas e muitas histórias. Somou-se, mais tarde, a este universo da música e da tradição oral, um interesse pelos textos de alguns autores como Fernando Pessoa, Cecília Meireles, Patativa do Assaré e Guimarães Rosa. Ao buscar uma sonoridade que representasse esta vivência, Fabrício descobre a afinação e o toque de viola com "seu" Antônio, artista de rua, rezador e violeiro. Assim, a viola caipira e a palavra passam, naturalmente, a reger sua vida profissional. É autor dos livros "Causos, histórias e um pouco mais" (Franco Editora) e "O caminho das asas" (Roda e Cia). Gravou três discos autorais "São de Viola – 2000", "Viola da Mata – 2004" e "Fabrício Conde – 2008". Para mais informações: http://www.fabricioconde.blogspot.com/

Sobre Zeca Collares

Compositor e instrumentista mineiro, Zeca Collares reside há mais de 20 anos no estado de SP. É conhecido por suas belas melodias e técnica na viola, além de muita sensibilidade. Formado em música popular pelo Tema Centro Musical de Marília e participante de diversas oficinas e Workshops de grandes mestres da nossa música com: Nelson Aires, Toninho Horta, Hermeto Pascoal, Mozart Melo etc. Formando em Cinema pela Universidade de Salto,CEUNSP, criador de vários curtas e compositor de trilhas para diversos documentários, sendo premiado no Festival de Cinema do Maranhão 2006 pela trilha "João do Vale, muita Gente Desconhece". Finalista no Festival Internacional Água de Beber 2008 com o documentário "Bitucas" de sua autoria. Como músico já se apresentou ao lado de grandes nomes da nossa música brasileira como: Hermeto Pascoal, Duofel, Pena Branca, Décio Marques, entre outros. Viajou em 2006 (junto com o Quarteto Pererê) para vários shows na Itália e Holanda. Foi vencedor do Prêmio Nacional de Excelência da Viola como melhor CD instrumental em 2004, finalista do 1° Prêmio Syngenta de Música Instrumental e indicado para o Prêmio Dynamite de Música 2008.

Sobre a Syngenta

A Syngenta é uma das maiores empresas do mundo, com mais de 24.000 funcionários em 90 países dedicados ao propósito de trazer o potencial das plantas para a vida. Por meio de sua destacada atividade científica, alcance global e o compromisso com seus clientes, a empresa ajuda a aumentar a produtividade dos cultivos, proteger o meio ambiente e melhorar a saúde e a qualidade de vida. Para mais informações: www.syngenta.com.br

Mendes & Nader Comunicação

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